sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

“Desejos são inevitáveis, independente de serem satisfeitos ou não. Você pode camuflar, reprimir e tentar ignorar um fetiche. Mas não pode se livrar dele.
Faz parte do seu intimo e mesmo não estando ativo, vive latente no seu interior. Eu sei que pela sua cabeça sempre passam as duas questões básicas: será que sou anormal? O que será que as pessoas pensarão de mim se souberem disso?
Para a prática do BDSM, o primeiro passo é se libertar. Em primeiro lugar, das suas próprias repressões e preconceitos. Sim, todo mundo é reprimido de alguma forma, e as vezes por si próprio.
E preconceito? Se você disser que não tem um, está no planeta errado. Preconceitos existem espalhados por todos os lugares. Contra gays , lésbicas, negros, gordos, magros, feios, orelhudos, narigudos, pobres, ricos, evangélicos, umbandistas, ateus, deficientes, jovens , velhos, blá, blá, blá.
Voltando à libertação...
Liberta-se seria entender que o seu desejo não é uma aberração Nem um bizarrice. É claro que não me encaixo nesse contexto a categoria sadismo psicopático.
O seu desejo oculto latente pode parecer estranho por você não entendê-lo, ou achar que ninguém mais tem o desejo que você tem. É claro que os desejos não são os mesmos para todos; alguns se diferenciam pela intensidade das sensações e prazeres e modos de prática.
O que excita você quando dói me excita quando faço doer.
Mas como entender o prazer da dor a dor nem sempre é para um como é para outro.
A dor que dói em você não dói em mim com a mesma intensidade ou por tanto tempo. A dor relativa ao prazer é a sensação da punição aliviada por uma carga de endorfina que te diz:
- Já não está doendo tanto, posso aguentar mais. Hum , como dói mais gostoso.
Então entenda eu se libertar é, em primeiro lugar, entender como o seu desejo funciona. E aí vem a aceitação. Não se pode aceitar o que não se entende. Liberdade e aceitação, um elo que encaminha você a aderir ao estilo BDSM.
Como entender a sua posição dentro desse universo?
Não existe evolução de classe. Se você descobrir que é um submisso, jamais será um Dominante. Se você é um Dominante, jamais será um submisso, certo? Errado! A promoção é improvável, mas a declinação ( Perda do interesse pela dominação e necessidade de se tornar submisso gradativamente * nota da autora) é um fato provável, pelo menos o foi pra mim. Tive o prazer de ser Domme de três Doms. Na verdade, hoje, ex-Dominantes, porque a partir do momento em que passaram por minhas palmatórias e apetrechos, dois se tornaram totalmente submissos, e o outro, switcher.
A declinação geralmente não se aplica às Dommes. A maioria das mulheres era Dominante antes mesmo de saber o que significa ser uma.
Constantemente ouço reclamações de Doms que se queixam estar cada vez mais difícil arrumar uma submissa de verdade.
O melhor de um Dominante está em sua discrição e respeito a regras. O BDSM não é o mundo maravilhoso do esculacho alheio: pode ser um estilo de vida para algumas pessoas adultas e maduras ou simplesmente um estilo de prática sexual.
A prática do BDSM depende da posição de submisso e o respeito pelos limites deste. Existe até uma brincadeira que diz que quem está no controle é o submisso. Ele decide a hora de parar, pois ele tem o poder da “safe Word”.”
A.Shakti (Obra “Dicionário de Fetiches e BDSM”)
Texto digitado e disponibilizado por Alainn Leannan Angel

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